Numa fase da vida em que começávamos a pensar no que quereríamos fazer quando nos aposentássemos, nós – um casal de raízes dinamarquesas e suíças – viajámos para Portugal para explorar as opções de um lugar ao sol.
Não tínhamos uma ideia clara sobre o que procurar ou onde procurar. Todavia, dez dias bastaram para nos apaixonarmos pelo país e por um lote de terreno há muito abandonado no Algarve, mas de uma dimensão e natureza que nos fez questionar se pretendíamos realmente assumir um projeto desta envergadura.
“Tornou-se um lugar de inspiração, um lugar que nos preencheu de sonhos e entusiasmo.”
Quando encontrámos a quinta, em 2005, estava abandonada e não era cuidada há muito – nove hectares de baldio, sem água ou eletricidade, num país onde não conhecíamos ninguém nem falávamos a língua. Não era propriamente a ideia de paraíso de muita gente.
E no entanto, poucos dias após a descoberta, nasceu uma ideia.
Chamámos-lhe Quinta dos Sentidos.
Foram necessários vários anos para que esta ideia se materializasse. Anos de planeamento, formação, construção e, não menos importante, de superação de obstáculos burocráticos.
Anos de transformação da paisagem da propriedade no que um dia viria a ser a Quinta dos Sentidos.
Finalmente, chegou o momento de instalar a vinha. Primeiro, limpou-se o terreno e as velhas oliveiras foram cuidadosamente transplantadas. Oliveiras essas que, ainda hoje, contribuem para enriquecer os saborosos azeites da Quinta dos Sentidos.
Em seguida, iniciámos a plantação de 14.000 novas videiras – uma a uma, à mão, no nosso terreno rochoso.
Quatro anos se passaram desde a plantação até à primeira colheita. A nossa paciência, porém, valeu a pena, quando pudemos finalmente degustar o primeiro vinho da Quinta dos Sentidos.
O nosso próprio vinho. Foi nesse momento que soubemos que tinha valido a pena todo o esforço. A paixão e atenção dedicada a todos os detalhes recompensaram-nos com um vinho delicioso, mas também representativo do seu lugar de origem.
Desde 2013 a Quinta dos Sentidos é efetivamente a nossa casa.
Casa onde fazemos os nossos vinhos, azeites, verjus e mel. E estamos orgulhosos de cada lote e de cada colheita. Para nós, são a prova de que, se se permitir seguir os seus sonhos, coisas espantosas podem acontecer.
vinum atque oleum olivarum”
– Os ingredientes essenciais da civilização são o vinho e o azeite.